Final de semana, chego em casa e ninguém … Planos frustrados de estar em família, um viajou, outro de plantão e sobrei eu. Pensamentos invadem minha mente.
Penso na vida, e lembro quantas vezes meus sonhos e desejos não se realizaram. Quantas vezes o que planejei não saiu exatamente conforme desejava e senti na ocasião, frustração, raiva, tristeza, mágoa, decepção, sensação de menos valia, de rejeição e tantos sentimentos mais, não exatamente encorajadores. Por outro lado, contudo, o que esses sentimentos tentam me mostrar?
A essa altura da vida busco não o óbvio, mas as entrelinhas, o que se oculta por trás de coisas teoricamente tão obvias. O que o não esperado, o imprevisto, querem me mostrar? Como é minha vida? Sinto-a cheia, muitas coisas a fazer, mas que fazem sentido para mim. Coisas que dando trabalho ou não, o que importa é que me fazem sentir viva, útil, produtiva. Acho que tudo isso me mantem viva. Ser alguém que tem sentido, que tem na vida um sentido, que busca um sentido na vida.
O que me faz feliz? O outro? As pequenas coisas? Pequenos prazeres? Ver a natureza, respirar e estar só – como me sinto em relação a isso? Preciso do outro para sentir que sou realizada ou estou com o outro por me sentir realizada e querer compartilhar?
Nesse ponto lembro quanta estrada já percorri, quantas coisas fiz e quantas realidades vivi, me vejo e sinto hoje – o quanto minhas idéias e sentimentos já mudaram (graças a Deus!) – a vida é uma metamorfose e isso é ótimo! Sempre podemos mudar e nunca é tarde para ter sentido na vida! A incerteza nos traz a possibilidade da mudança não esperada e que tantas vezes ilumina ou acaba iluminando nosso caminho.
Chego em casa após a viagem – ninguém… preparo uma refeição deliciosa curtindo cada detalhe, abro meu vinho predileto, com a pessoa mais importante: Eu mesma. Eu mereço!