A Prosperidade do Ter e a Prosperidade do Ser

Por: Heloisa Oliveira

Qual a ideia que você tem de prosperidade? Qual a sua imagem de ser próspero?

Muitos de nós nesse primeiro momento dirão: ter muita grana para poder fazer o que quiser. Mas quanto dinheiro precisamos para fazer o que queremos? Ou ainda; sabemos o que queremos e nos faz felizes e prósperos? A inversão das perguntas é algo que me traz sempre muitas reflexões e aqui compartilho uma delas com vocês: o que é ser próspero?

Quem temos como exemplo de prosperidade? O Tio Patinhas (de Walt Disney) é para você um personagem próspero? Ele tem muito dinheiro para fazer o que quer, mas tem liberdade ou vive encarcerado em sua escassez de horizontes? O que a dita “prosperidade” contribui para nós? “Prosperidade” é só ganhar e guardar dinheiro para não termos dificuldades na velhice, ou ter prosperidade na velhice inclui não apenas ter recursos financeiros, mas fundamentalmente ter também condições de nos alimentar com o que nos dá a chama no olhar? Quantas coisas não tem preço e nos tornam prósperos?

Entendo a prosperidade como algo a ser trilhado ao longo da vida como um fonte de fluidez, trazer nossos projetos acontecendo de forma natural e prazerosa, nossas relações se desenvolvendo e desenrolando de forma natural, com conflitos sendo liberados e encarados como fonte de aprendizado, nos trazendo perguntas e reflexões; menos rancor, menos reclamar da vida, mais humor, mais alegria de viver, entendendo melhor os aprendizados da vida e mesmo os piores momentos, o que de bom temos como lição; o nada faltar no sentido de uma abundância maior – não somente de dinheiro mas também abundância de saúde, de relações produtivas, de espiritualidade, fluidez e doação. O saber doar faz parte da prosperidade, uma vez que só posso doar o que tenho e alimento no coração e o faço com prazer. Como direciono, em minha história de vida, a prosperidade para o meu pensar, sentir e querer – para o meu pensamento, sentimento e ação no mundo? O planejar é importante sem dúvida, mas o meu sentir e minhas ações ao longo da vida é que vão alimentar essa prosperidade imanente.

Ao longo de nossa biografia muitos dogmas são vividos como máscaras de forma inconsciente ou não, situações que vivemos nos apegos, no medo, relações não fluidas, coisas que não liberamos conscientemente, estes e outros são pontos opostos ao fluxo da prosperidade. Tenho em mim uma real imagem de prosperidade ou sou um acumulador ou sigo o desperdício (consciente ou inconscientemente)? Como trabalhar pela biografia essa prosperidade imanente em mim?

Como sempre, o equilíbrio é fundamental. Prosperidade, na minha visão, é um ponto de equilíbrio entre ter o que me torna feliz e me satisfaz em termos financeiros e também um fluxo sadio de saúde, emoções e sentimentos, pensamentos, ações, espiritualidade e sabedoria – a prosperidade do SER e não apenas do TER. Prosperidade é a liberdade de ter o suficiente para SER o que almejamos a partir de nosso livre querer.

Publicado em: 23 de fevereiro de 2022 por
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