Ouvir é uma arte – isso é bem conhecido, porém, o quanto é praticado?
O quanto estamos dispostos a abrir mão, mesmo que momentaneamente, de nossa opinião para ouvir o outro?
Atualmente somos cheios de ”certezas e convicções” a respeito de diversos assuntos polêmicos… ou não… . E no nosso dia-dia, fica a pergunta: nos calamos para ouvir o outro? Sabe aquele momento em que outra pessoa nos conta o que aconteceu e interrompemos para falar e dar nossa opinião? Ás vezes nem permitimos uma conclusão do caso ou raciocínio e já queremos dizer o que pensamos ou nos defender, ou acusar… O que será que o outro sente nesse momento? E nós, gostamos de ser interrompidos quando falamos? Durante a fala alheia, como nos sentimos quando algum ponto em que discordamos é tocado? “Sobe o sangue na cabeça” ou tentamos ter a serenidade interior para ouvir, ponderar o que pode ter de bom nessa fala mesmo que tão diferente do que penso? Os outros são radicais, destemperados, entediantes e nós como somos em relação ao outro?
Quantas vezes um filho ou alguém próximo chega pra contar um caso todo animado e cortamos ou nos esquivamos por não termos tempo ou por ser longo o assunto ou entediante? “Não é desamor… é perda de tempo, estar ocupada!”. Que tempo dedicamos a ouvir o outro?
Entendo como é difícil muitas vezes lidar com essas situações, mas qual é perspectiva do outro? Será que sempre nosso discurso é sempre tão estimulante que nos permite julgar o doa outra pessoa longo ou entediante ou sem razão de ser?
Queria apenas trazer uma breve reflexão sobre o ouvir o outro e nosso dia-dia. O relacionamentos são a base de nosso crescimento, do aprender com o outro.
Na antroposofia o OUVIR é uma qualidade venusiana, que tem relação com o estar aberto ao outro, acolher, fundamental para todos que tem a conversa como base de suas profissões e relacionamentos. O ouvir traz o acolhimento necessário e traz a abertura para o diálogo, o ouvir com o coração. A fala é marciana, coloca no mundo, mas se não é acolhida fica sem razão. Falar sem ser acolhido é muito ruim não é mesmo? Marte e Vênus se complementam e são essenciais para nos relacionarmos, para sermos seres humanos.
Que tal praticarmos o OUVIR ativo, ouvir com o coração?
