A vida passa num ritmo frenético e vamos dando conta como conseguimos, fazemos, vamos levando…
Eis que subitamente algo acontece. A principio muito inesperado, ruim, nos faz parar – aparece o desespero inicial: Como vou dar conta? É o tanto que tenho pra fazer como tudo vai ficar? Mas a vida segue seu ritmo, mesmo que pra nós esteja tão diferente nesse momento.
O tempo traz a pausa e com a pausa o respirar.
Usamos a pausa pra lamentar o que houve ou para refletir sobre o que houve e qual o momento em que isso acontece em minha vida?
Com esse olhar, pergunto: o que não estou vendo (ou não quero ver) que me obrigou parar para refletir e ter a possibilidade de observar? Se consigo recordar, sentir o tempo que vem passando, fazer uma retrospectiva dos fatos observando as nuances que me rodeiam posso vislumbrar algo que na minha vida, seja por comodidade, rotina, até por bem querer também estava me imobilizando, me trazendo não a calma que eu “achava” mas estar parada no tempo. Que padrões preciso mudar? Que necessidades internas estão tão abafadas pelo conforto do meu dia-dia, por minha acomodação?
Qual é o tempo do tempo? O tempo de meu próprio Eu. Mas nem sempre o percebemos.
Pausas muitas vezes como sinais de mudança de direção, algo saindo dos trilhos em minha vida me obrigando a mudar de direção. Preciso me reformular, buscar minha essência, algo que faça realmente sentido para mim, mesmo tendo que sacrificar muitas vezes algo que é tão bom, tão caro, tão querido. Sinto-me muitas vezes como aqueles desabravadores dos mares, deixando sua terra em busca da terra prometida, dos seus sonhos de além mar. Algo tenho sempre como norte, que é a bussola do meu coração. Buscar algo que faça sentido, mas sendo muito honesta comigo e com o outro, ter ética e ser verdadeira. Sempre poder olhar nos olhos.
Sacrifícios virão, mas a possibilidade de seguir por novos mares da vida buscando encontrar onde meus talentos encontrem as necessidades do mundo (plagiando Aristóteles) me traz brilho nos olhos e calor no coração. Entusiasmo sempre.
Em meu coração nesse momento apenas uma meditação de Rudolf Steiner:
Germinam os desejos da alma,
Crescem os atos do querer,
Amadurecem os frutos da vida.
Eu sinto meu destino,
Meu destino me encontra.
Eu sinto minha estrela,
Minha estrela me encontra.
Eu sinto meus objetivos,
Meus objetivos me encontram.
Minha alma e o mundo são um só.
A vida está clareando a o meu redor,
A vida está se tornando mais pesada para mim,
A vida está se tornando mais rica em mim.
Busque a paz,
Viva a paz,
Ame a paz.”
